A arte urbana de Jean-Michel Basquiat em exposição no CCBB

Quando anunciaram que no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) estava para começar uma exposição sobre Jean-Michel Basquiat, eu fiquei intrigado. Quis descobrir mais sobre o artista, do qual não tinha conhecimento aprofundado, e cujo estilo pessoal inspira outros artistas de rua de grandes cidades como São Paulo.

Cheguei ao prédio do CCBB, localizado no centro histórico de São Paulo, para desvendar o segredo de sua influência sobre uma nova geração fascinada por seu trabalho.

Entrada da exposição

Uma vez dentro da exposição, você vagueia de andar em andar, seguindo a jornada deste artista nova-iorquino, de pai haitiano e mãe porto-riquenha, do começo difícil na cena artística de Nova York e, sem saber, esculpindo seu próprio futuro celebrado como um dos artistas mais populares do século XX.

 

Quadro em colaboração com Andy Warhol

A exposição destaca sua amizade com seu incentivador e colaborador, o pai da art pop Andy Warhol; sua participação frequente e a contribuição para a cena underground; seus encontros com artistas e músicos como Julian Schnabel, Keith Haring e Madonna (registrados em polaroides e desenhos em pratos); suas telas em constante mudança de ruas e esquinas e páginas de livros de exercícios com pinturas vividamente rabiscadas.

Desenho em prato

O carisma radiante de Basquiat pode ser visto no documentário pós-moderno ” (do qual confesso que senti falta na exposição). Recomendo assistir o filme antes ou depois de visitar a mostra e entender ainda melhor o artista.

A maneira gentil com a qual ele se dirige a seus entrevistadores em imagens de arquivo neutraliza suas violentas e primitivas figuras anatomicamente abstratas. Seu trabalho retrata o guerreiro cotidiano, as figuras atormentadas da classe trabalhadora, queimando com paixão e angústia, armados com reflexões proféticas. Detalhe para as coroas retratadas em locais estratégicos de suas pinturas, que são a marca registrada do artista.

Quadro com coroa

Fragmentos de poesia e palavras que atormentavam sua mente, espalhados por toda Manhattan sob seu pseudônimo SAMO, podem ser vistos em segmentos da exposição, nas pinturas de tela e abrigados entre as linhas de seus cadernos.

Sua presença é sentida em cada batida e pincelada, cada sala pulsa com a pregação cheia da alma de Basquiat, que penetra em todos os aspectos de seu trabalho. Dos rabiscos nas paredes de Manhattan até as telas agora milionárias, a exposição mostra um farol de inspiração criativa e uma explosão de talento criado por um único artista. Eu me senti honrado em seguir essa jornada.

Obra que mistura algumas influências de Basquiat
O artista

A mostra está no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo e vai ate 07 de abril.

Exposição Jean-Michel Basquiat – obras da Coleção Mugrasi

Até 7 de abril, no CCBB São Paulo

Rua Álvares Penteado, 112, São Paulo, Centro