A incrível Ala Sainbury do The National Gallery, de Londres

O National Gallery de Londres é perfeito para explorar um excepcional museu em umas três horas, vendo todo seu acervo. O museu não é gigante, mas possui obras de arte das mais renomadas escolas artísticas e verdadeiras obras-primas, que vão do início do Renascimento até os mestres impressionistas franceses. O museu fica na Trafalgar Square e a entrada, acredite, é gratuita.

As Salas do Início do Renascimento (1200-1500) – da Itália ao Norte da Europa

A maioria das pinturas italianas do início do Renascimento eram destinadas ao culto cristão e painéis eram pintados como retábulos, para decorar as fachadas dos altares, como crucifixos para pendurar nos interiores da igreja. Pequenos retábulos portáteis serviam para os clérigos em suas devoções.

A Virgem e a Criança com os Santos Domenico e Aurea, Duccio (1312)

Entre as pinturas mais antigas do National  Gallery destacam-se os três painéis da Maestá e um altar-mor de Duccio, que eram da Catedral de Siena. Cimabue, Fra Angelico, Fra Filippo Lippi, Ucello, Piero della Francesca, Andrea Mantegna, Antonello de Messina, Domenico Ghirlandaio, Michelangelo, Leonado da Vinci e Raphel são alguns dos mestres com obras de arte na coleção permanente do museu. A ala Sainsbury está dividido nas seguintes salas:

A Virgem e a Criança com São Jerônimo e São Domenico, de Filippino Lippi (1485) e A Virgem e a Criança, de Domenico Ghirlandaio (1480)

Salas 51, 52 e 53 – pinturas do início do renascentismo italiano (1250 à 1350):

Artistas: Barnaba da Modena, Cimabue, Francesco da Rimini, Lippo di Dalmasio, Lorenzo Veneziano, Margarito d’Arezzo, Simone dei Crocefissi, Giovanni di Nicola, Giovanni di Paolo, Ambrogio Lorenzetti, Niccolò di Buonaccorso, Sassetta, Segna di Bonaventura, Ugolino di Nerio, Francesco di Giorgio, Bernardino Fungai, Matteo di Giovanni, Pintoricchio e Luca Signorelli.

A Virgem e Criança com Dois anjos, Cimabue

As pinturas abaixo são duas de uma série de três pintadas em uma sala do Palácio Petrucci em Siena por volta de 1509. A primeira tela, à esquerda é de Pintorricchio que mostra a mulher no tear sendo Penélope, esposa de Odisseu, o herói da “Odisseia” de Homero.

Penelope com os pretendentes, Pintoricchio (1509,) e Coriolano persuadido por sua família a poupar Roma, Luca Signorelli (1509)

Lucas Signorelli pintou os outros dois – “O Triunfo da Castidade” e “Coriolano persuadido por sua Família a poupar Roma”. Na tela, à direita  Coriolano, o general é o romano exilado, que aparece à direita, coroado com uma coroa de flores. Ele encontra uma delegação de matronas romanas que vêm pedir-lhe para poupar Roma.

Sala 54 – pinturas das Escolas de Milão e Ferrara  e Ferrara (de 1430 a 1500)

Artistas: Ambrogio Bergognone, Bono da Ferrara, Bramantino, Francesco del Cossa, Giovanni da Oriolo, Pisanello, Ercole de’ Roberti e Cosimo Tura.

Madonna of the Meadow, Giovanni Bellini

Sala 55 – pinturas de Veneza e Vêneto (1460 à 1510)

Artistas: Antonello da Messina, Gentile Bellini, Giovanni Bellini, Vincenzo Catena, Giovanni Battista Cima da Conegliano, Jacometto, Antonio de Solario, Alvise Vivarini

A Virgem, acriança e os Santos  e As Virgens Vestais ,de Andrea Mantegna

Nativo da Sicilia, Antonello da Messina é considerado um dos introdutores das técnicas pictóricas de óleo na Itália. Os seus trabalhos eram muitas vezes confundidos com trabalhos de artistas flamengos, devido ao seu detalhismo e solene rigor, à harmonia dos tons e das cenas representadas, à delicadeza das cores, aspectos típicos dos primitivos flamengos, como Jan van Eyck e Rogier van der Weyden. A sua obra influenciou muitos artistas, entre eles Petrus Christus, Lorenzo Lottobe Giovanni Bellini.

Retrato de um Homem, Antonello de Messina

O Retrato do doge Leonardo Loredan (abaixo) é uma pintura a óleo sobre madeira pintada em 1501 pelo pintor italiano Giovanni Bellini e que se encontra na National Gallery de Londres. A obra está assinada na cartela inserida sob o parapeito, sendo geralmente considerada como o auge da retratística de Bellini.

Doge Leonardo Loredan  (1501) e O Cristo Morto Amparado por Anjos e A Virgem e a Criança, de Giovanni Bellini

Sala 56 e 57 – pinturas das Escolas de Pádua, Veneza e Marchê (1430 à 1500)

Artistas: Gentile Bellini, Carlo Crivelli, Gerolamo dai Libri, Francesco Morone, Giorgio Schiavone, Bartolomeo Vivarini, Marco Zoppo, Giovanni Battista Cima da Conegliano, Antonio Vivarini and Giovanni d’Alemagna.

O Cristo Morto amparado por dois anjos (1470), de Carlo Crivelli

Sala 58 – pinturas de Sandro Boticelli e Piero di Cósimo

A Adoração dos Reis, de Sandro Boticelli (1470)  e A Virgem e a Criança com o Dois Anjos, de Andrea del Verrocchio (1467)

O tondo da Adoração dos Reis foi pintado por Botticelli, que retratou o assunto cinco vezes, principalmente em dois grandes painéis retangulares, um no Uffizi (1475) e outro na National Gallery de Washington.  O edifício monumental que ocupa quase dois terços do painel se assemelha a uma basílica em ruínas, um tipo de edifício que se originou nas salas de reuniões estaduais da Roma Antiga, e mais tarde foi empregado para as grandes igrejas cristãs primitivas, incluindo o antigo São Pedro em Roma.

Já na obra de Verrochio, Maria aparece  segurando o menino Jesus em seu ventre, com a ajuda de dois anjos do bebê. A cena é montada em um gabinete de mármore, uma referência ao conclusus Hortus. Atrás dele, no fundo, é uma paisagem estilizada.

Sala 59 – A Florença dos Médicis (1434 à 1494)

Artistas: Alesso Baldovinetti, Gherardo di Giovanni del Fora, Fra Filippo Lippi, Antonio del Pollaiuolo, Piero del Pollaiuolo, Paolo Uccello e Andrea del Verrocchio.

Saint George and the Dragon, de Paolo Ucello (1470)

Sala 60 – pinturas de Florença (1300 à 1450)

Artistas: Fra Angelico, Jacopo di Cione, Nardo di Cione, Bernardo Daddi, Gentile da Fabriano, Lorenzo Monaco, Masaccio, Masolino e Gherardo di Jacopo Starnina.

A Virgem e o Menino, de Masacio

Masaccio foi o pintor mais revolucionário do início da Renascença e é reconhecido como um dos fundadores da escola de arte florentina. A Virgem e o Menino na Galeria Nacional é o fragmento central de uma de suas obras mais importantes, um políptico feito aos 25 anos para a igreja do Carmim em Pisa.

Alto Renascimento – de 1500 a 1600 – as pintura da Itália, Países Baixos e Alemanha

A Virgem e o Meninodo mestre São Bartolomeu

O Mestre São Bartolomeu conhecido como Mestre do Retábulo São Bartolomeu foi o principal pintor de Colônia no final do século XV e no início do século XVI. Dois outros retábulos do Mestre sobrevivem em Colônia, e há muitas pinturas religiosas menores e alguns retratos atribuídos a ele.

 

Saint Michael (1485) e A Natividade  (1469), de Piero della Francesca

Piero della Francesca foi um teórico matemático que em suas obras refletia um volume definido nas figuras e uma perspectiva precisa em seus trabalhos. A pintura de São Miguel de Piero della Francesca foi encomendada em 1454 por Angelo di Giovanni di Simone d’Angelo como retábulo de Sant ‘Agostino em Sansepolcro,, anteriormente Borgo Santo Sepolcro) e Fazia parte de um políptico concluído em 1469. Infelizmente, a parte central do painel está perdida, mas os painéis restantes, representando Santo Agostinho, São João Evangelista e São Nicolau de Tolentino, estão em museus distribuídos por Milão, Lisboa, Nova York e Londres. O painel de São Miguel descreve o Arcanjo Miguel depois de derrotar os exércitos do Diabo, conforme descrito no livro de Apocalipse, capítulo 12, onde ele lutou com o dragão e expulsou a besta morta.

A Natividade é uma pintura a óleo do artista italiano Piero della Francesca, datada de 1470 a 1475. A pintura mostra uma cena do nascimento de Jesus e é uma das mais recentes pinturas sobreviventes feitas pelo artista antes de sua morte em 1492. A Sagrada Família está sendo servida por um grupo de cinco anjos, parados como esculturas clássicas em longos vestidos para a esquerda, dois alaúdes tocando e outros dois com a boca aberta, como se estivessem cantando.

Sala 61 – grandes pintores da Renascença

Artistas: Piero della Francesca, Raphael, Pietro Perugino, Luca Signorelli e Lo Spagna.

Saint Catherine of Alexandria e Madonna of the Pinks, ambos de Raphael (1507)

Santa Catarina de Alexandria é uma pintura do artista renascentista italiano Rafael. Na pintura, Catarina de Alexandria está olhando para cima em êxtase e inclinando-se sobre uma roda, uma alusão à roda de ruptura de seu martírio. O quadro foi pintado em 1507, no final da estada de Rafael em Florença, e mostra o jovem artista em uma fase de transição. A representação da paixão religiosa na pintura ainda é remanescente de Pietro Perugino, mas o contraponto gracioso da pose de Catarina é típico da influência de Leonardo da Vinci em Rafael, e acredita-se que seja um eco da pintura perdida de Leonardo, Leda e o Cisne.

Madonna dos Cravos  é uma pintura devocional antiga pintada em óleo sobre madeira e mostra uma jovem Virgem Maria brincando com o menino Jesus e entregando-lhe cravos. Essas flores, cujo nome botânico é cravo-da –índia, em grego ‘flor de Deus’, são uma premonição da paixão de Cristo – segundo a lenda cristã.

A Madonna Adobrandini (1507) e Crucificação, de Raphel

Madonna Aldobrandini é uma pintura à óleo do artista renascentista italiano Raphael. A gravura é da Virgem Mãe, filho de Cristo e o bebê João Batista, é uma das muitas pinturas de Rafael com esse trio. É no início de seu terceiro período, ou romano, onde mudanças distintas são observadas em seu período da Úmbria ou florentino em estilo, uso de cores e introdução de assuntos e cenários mais naturais.

A Mond Crucifixion, de Raphael, originalmente composta por um painel principal e  dois painéis auxilaires. O painel principal foi legado à Galeria Nacional por Ludwig Mond, enquanto os dois painéis predella estão no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa (São Jerônimo Ressuscita Dois Mortos) e no Museu de Arte da Carolina do Norte nos EUA (O Milagre de São Jerônimo).

Ansidei of Madonna, 1507 (pintura maior à esquerda),  The Procession to Calvary,1504 (pintura superior, à direita) e Saint John the Baptist Preaching (1505) – pintura inferior, à direita, todas obras de Raphael

Durante séculos Raphael foi reconhecido um dos grandes pintores da Alta Renascença, junto com Leonardo da Vinci e Michelangelo  Embora tenha morrido aos 37 anos, o exemplo de Rafael como modelo de classicismo dominou a tradição acadêmica da pintura européia até meados do século XIX.

Sala 62 – pinturas de escolas alemãs

Sala 63 – pinturas da escola flamenga

Artistas: Hieronymus Bosch, Dirk Bouts, Robert Campin, Petrus Christus, Jan van Eyck, Hans Memling e Rogier van der Weyden.

A sala gótico flamenga trás obras de pintores conhecidos como primitivos flamengos que se desenvolveram no século XV e começo do século XVI, na época do chamado Renascimento Gótico, em cidades como Tournai, Bruges, Ghent e Bruxelas.

The Arnolfini Portrait, de Jan van Eyck (1434), crédito Wikipédia

A pintura O Casal Arnolfini é o mais famoso quadro do pintor Jan van Eyck, pintado em 1434, do acervo gótico flamengo. A obra exibe o então rico comerciante Giovanni Arnolfini e sua esposa Giovanna no casamento, celebrado em segredo e testemunhado pelo pintor.

Sala 64 – pinturas góticas de outros países

Artistas: Jacopo de’ Barbari, Jean Hey, Juan de Flandes, Simon Marmion, Justus of Ghent, Paolo da San Leocadio e Michel Sittow.

Sala 65 – pinturas góticas da escola alemã 

Artistas: Albrecht Dürer e outros

A Virgem, o Menino, Sant’Ana e São João Batista

Sala 66 – a sala de Leonardo da Vinci 

A Virgem, o Menino, Sant’Ana e São João Batista (1499 – 1500) é também chamado de “o desenho da Casa de Burlington”,  foi encontrado em uma das folhas dos seus diários. A técnica utilizada é carvão e giz sobre papel.

A Virgem, o Menino, Sant’Ana e São João Batista

É uma combinação de dois temas populares na pintura florentina do século XV: a Virgem Maria, com o Menino Jesus, o seu filho e São João Batista, filho de Isabel, prima de Maria com Santa Ana,a mãe da Virgem. No desenho Santa Ana sorri para sua filha Maria, enquanto esta tem os olhos fixos em seu filho Jesus que, por sua vez, olha para o primo  João Batista. O gesto de Sant’Ana ao apontar seu dedo indicador para os céus aparece em duas das últimas pinturas de Leonardo: São João Batista e Baco.

 

A Virgem dos Rochedos, Leonardo da Vinci (1506)

Virgem dos Rochedos é um conjunto de duas pinturas de composições quase idênticas que foram pintadas por Leonardo. A outra versão está no Museu do Louvre.

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