A Chinatown de Nova York é uma grande experiência, é a região de Manhattan onde a língua mais falada não é o inglês e sim o mandarim, pois é a maior comunidade chinesa fora da Ásia.
Os sino-americanos reivindicam terem chegado na área durante a década de 1840, mas a primeira pessoa chinesa que se tem notícias na área, sendo um imigrante, foi Ah Ken, um empresário da região chinesa de Cantão, que acabou fundando uma bem-sucedida tabacaria em Park Row.
Situado entre Lower Manhattan, Chinatown faz fronteira com o Lower East Side ao leste, Little Italy ao norte, o Civic Center ao sul e Tribeca ao oeste. Com uma população estimada entre 90 e 100 mil pessoas, Chinatown é o lar da maior concentração de chineses no Hemisfério Ocidental e um dos mais antigos enclaves étnicos chineses.
Mas os chineses se espalharam por inúmeros barros da cidade e o número estimado é de 893.697 pessoas sino-americanas.
Devido a gentrificação, o Queens e o Brooklyn acabaram recebendo a colônia chinesa nas últimas décadas. O Queens hoje conta também com uma Chinatown. A área é hoje é a terceira principal economia de Nova York, ficando atrás apenas de Wall Street e Broadway/Times Square.
Em Chinatown impera uma sensação de que tudo é possível devido a multidão que por ali transita, vendedores ambulantes por todas as calçadas, centenas de lojas e muquifos onde imitações e falsificações podem compradas, como roupas, relógios, bolsas e outros itens, principalmente na Pell Street.
Se parar para olhar uma bolsa em um ambulante, eles logo te puxam pelo raço para subir em algum prédio e sótãos de casas, passando por corredores obscuros onde vendem em armazéns ilegais, falsificações de Gucci, Prada ou Rolex.
A Canal Street
O ponto de partida para conhecer a região é a Canal Street, considerada a espinha do bairro com a maior concentração de pessoas e tesouros do extremo oriente.
Chinatown oferece momentos especiais para explorar a região mais colorida de NYC, com passeios pelas ruas, templos budistas, macarrão fresco, mercearias (com muita acelga e moyashi), frutarias (com lichia e peras), peixarias, barracas de frutos do mar, patos laqueados pendurados pelo pescoço nas entradas dos restaurantes.
Padarias com pãezinhos de carne de porco, lanternas de papel-de-arroz, condimentos variados (como noz moscada, pimentas), herbanários com ervas aromáticas, casas de chá, perfumarias, floriculturas se apinham pela Canal st.
Utensílios como porcelana chinesas, hashis, potes, utensílios para frituras, panelas de arroz e decorações no formato de dragões chineses e venda de peças de mahjong – um jogo chinês, também estão entre os itens mais procurados no comércio da região.
Tudo muito colorido e alegre. Chinatown é uma festa!
Templos Budistas
Também na Canal St. fica o Mahayana Buddhist Temple, considerado o maior templo budista de NYC.
O local tem uma estátua belíssima de Buda toda em ouro, com 5 metros de altura, cercada de uma flor de lótus que fica cercada de oferendas, como laranjas, maçãs e flores.
O templo acomoda centenas de imagens douradas de Buda.
Dois grandes leões dourados guardam a entrada da sala possui lanternas vermelhas feitas de papel o templo fica de frente para a Manhattan Bridge. O templo abre das 8h às 18h e cobra um a doação de U$ 1,00.
Outro templo budista é o Eastern States Buddisth Temple, localizado entre a Bayard e a Canal Street. Fica aberto das 9h às 18h.
Mott Street
A rua mais famosa de Chinatown sem dúvidas é a Mott Street, com uma infinidade de lojas.
Na Mott Street aproveite para conhecer a Aji Ichiban Candy Shop – uma famosa loja de doces, balas de gergelim e jaca, marhmallows, chicletes de groselhas, ameixas em conserva e goiaba seca, além de outras especiarias.
Ela possui coisas nada tradicionais, que dificilmente você vai encontrar em algum lugar. O nome da loja é japonês e quer dizer “Que legal!” Para os mais corajosos, a loja tem sabores de doces como bacalhau picante, chips de camarão, ervilhas com wasabi e anchovas desidratadas com amendoins.
Church of The Tranfiguration
A Mott Street abriga a Church of the Transfiguration, uma igreja construída em 1801, símbolo da imigração em Nova York, com influência de italianos e irlandeses e com a doutrina Católica Romana.
Só que Chinatown engoliu a região e a igreja se tornou o maior reduto católico chinês do ocidente, com missas em inglês, mandarim, cantonês e até latim. Não deixe de tirar belíssimas fotos da igreja, com o One World Trade Center como plano de fundo.
Nos restaurantes de Chinatown você encontrará aves penduradas na entrada. Mas se quiser provar um dos melhores patos laqueados de Nova York, vá ao tradicionalíssimo Peking Duck House. O lugar é muito louco com todos aqueles patos pendurados na vitrine. O restaurante fica na 28 Mott Street.
Museum of Chinese in America
Na Center Street está o Museum of Chinese in America com um espaço de 1.100 m² que reúne galerias, uma livraria e uma área de visitação onde está um centro de informações nacional sobre a vida dos chineses nos EUA.
Ele foi inaugurado em 1980 e a exposição retrata também a troca de cultura entre os dois países que vem desde 1850 e segue até hoje. A exposição possui no seu acervo fotos, vídeos, cronologias, cartas, filmes, objetos e obras.
A exposição principal chama-se “With a Single Step: Stories in the Making of America” e permite os visitantes refletir sobre aspectos imigração, política, história e alimentação. O museu fica na 215 Centre Street.
Os chineses sofreram muito com o crescente sentimento racista com a criação de uma lei chamada Chinese Exclusion Act, que durou de 1882 à 1943, que impossibilitava a naturalização e reduzia as oportunidades de trabalhos dos chineses nos EUA.
Mosco Street
Mosco Street no século 19, era chamada de Bandits Roost ou “poleiro de bandidos” porque era o ponto de encontro das gangues irlandesas.
Passando pela Mott, chega-se a Pell Street. Vários letreiros da Pell Street estão muito velhos e parece que cairão na sua cabeça.
Pell Street
A Pell Street possui fachadas de lojas coloridas, escritas em chinês, prédios com escadas de incêndio e inúmeras barbearias, cabeleireiros, restaurantes, tudo no mesmo lugar, dividindo espaços minúsculos.
Doyers Street – Barbers Row
Uma rua bem famosa é a Doyers Street, uma das mais antigas do bairro, uma via sinuosa apelidada de Barbers Row ou Rua das Barbearias. Outro apelido da rua é “Bloody Angle” ou Ângulo Sangrento, era muito famosa no inícios do século 20 devido o uso do local como cenário de emboscadas e tiroteios, com inúmeras mortes entre as organizações secretas chinesas, chamadas tongs.
Hoje em dia, é uma rua comercial comum, com lojas, cabeleireiros e restaurantes – destaque para o Nom Wah Tea Parlor, casa de chás e dim sum, inaugurada em 1920, a mais antiga casa de chá de Nova York, que é comandada pela mesma família desde a década de 1940 há quase 80 anos. A casa funciona no número 12 da Doyer ST. No n° 10, o compositor americano Irving Berlim costumava ensaiar no segundo andar.
Para quem quer um bar em Chinatown a dica é o Apothéke, que quer dizer farmácia em alemão e é decorado como tal. Nas noites de segunda-feira você pode escutar um ótimo jazz num bar simpático, aconchegante e pequeno.
O ideal é chegar até às 21h se quiser conforto. Você pode reservar uma mesa, que custa US$50 por pessoa, mas que será revertido em consumação. Os drinques são elaborados e gostosos, mas a casa não serve comida, então aproveite um dos muitos restaurantes chineses na região ante de ir ao bar. Endereço: 9 Doyers St – Chinatown.
Bowery Street
No final da Doyers Street, começa a Bowery Street, rua que corta todo o lado leste de Chinatown e uma das mais movimentadas do bairro.
A Bowery é a via mais antiga da ilha de Manhattan, precedendo a intervenção européia dos holandeses que se estabeleceram a ilha de Manhattan, eles nomearam o caminho Bouwerij road – “bouwerij” sendo uma antiga palavra holandesa para “fazenda” , porque ligava fazendas e propriedades nos arredores ao coração da cidade nos dias de hoje.
Na Bowery Street, logo de cara tem a praça Benjamin Ralph Kimlau Memorial Arch, homenagem a um tenente sino-americano que perdeu a vida quando seu avião foi derrubado durante uma missão em 1944. A praça tem como destaque o monumento “Kimlau Arch”, homenagem a todos os combatentes sino-americanos que lutaram pela liberdade e pela democracia.
A Confucius Plaza, na esquina da Bowery com a Division Street fica bem na ponta de Chinatown, com uma estátua de 5 metros de altura do filósofo chinês Confúcio, construída em 1976.
Em frente a Confuncius Plaza fica a Manhattan Bridge, que atravessa para o Brooklyn. O arquiteto da Manhattan Bridge também foi o responsável pelo desenho da incrível Biblioteca Pública de Nova York. A ponte não tem o mesmo charme da Brooklyn Bridge para ser atravessada a pé, é muito movimentada, principalmente pelos carros e ônibus, que não param um segundo.
Columbus Park
O Columbus Park, que fica dentro do Chinatown, é um ponto de encontro ou a sala para vários moradores da área.
Bem de manhãzinha, você já pode observar os chineses que aproveitam para praticar o Tai Chi Chuan ao ar livre e se preparam mentalmente para o dia. Muitas senhoras simpáticas trocam suas receitas de bolinhos chineses nos bancos da praça.
Durante a tarde, você encontra chineses de todas as idades que se reúnem na praça para jogar algum jogo, principalmente o mahjong. Durante os meses de verão, o Columbus Park fica ainda mais lotado.
Five Points
A região é a área de Five Points, um bairro do século 19 em Lower Manhattan, que era geralmente definido como sendo a delimitação entre a Center Street a oeste, a Bowery a leste, a Canal Street ao norte e Park Row ao sul. Ao longo do século XX, a antiga área de Five Points foi gradualmente remodelada, com as ruas alteradas ou fechadas. A área é agora ocupada pelo Civic Center a oeste e sul, que inclui as principais instalações federais, estaduais e municipais, e o Monumento Nacional do Enterro Africano. Para o leste e norte, a antiga área Five Points está localizada em Chinatown e o Columbus Park.
Five Points ganhou notoriedade internacional como uma favela densamente povoada, infestada de doenças e pelo crime que existiram por mais de 70 anos na regiõa. Provavelmente você assistiu Gangues de Nova York, com Leonardo di Caprio e Daniel Day Lewys, de Martin Scorcese. Aquilo era Five Points, cujo nome fazia referência às cincos ruas que ali desembocavam.
Comidas Exóticas
A primeira vez que visita-se Chinatown é como se um mundo novo se abrisse à sua frente, uma experiência colorida, inusitada, saborosa e exótica. Os cardápios dos restaurantes de Chinatown abrem suas papilas gustativas já na leitura do menu. A maioria do restaurante passa batido pelas tendências gastronômicas e ambientações da moda. Tudo é muito simples, em muitos lugares se come no próprio balcão. O que faz de uma refeição em Chinatown, uma das experiências mais interessantes de NYC.
Aqui você vai comer bem, com receitas familiares de vão de um canto ao outro do país e gastando pouquíssimo. Os principais pratos são os de animais laqueados, como frangos, patos e coelhos, prontos para serem partidos e servidos para os clientes com esse apuro gastronômico.
Muitas barracas de rua servem pãezinhos recheados com carnes de porco, que podem comer rapidinho e em pé, caminhando sem perder tempo.
Restaurantes Baratíssimos em Chinatown
Os restaurantes mais procurados em Chinatowns são o Joe’s Shangai, que serve o xiao long bao mais saboroso da cidade, carpa picante, carne de porco ao molho de pimenta jalapeño e lula com tofu. O restaurante fica na 9 Pell Street, aberto das 8h às 23h e pagamento somente em dinheiro.
O Pho Viet Huong é um restaurante muito barato até para os padrões de Chinatown, com porções abundantes e que serve comida chinesa e vietnamita. Os pratos mais procurados são o pho, a sopa de macarrão servida em abundância; o bánh mi, uma baguete vietnamita torrada e recheada com pimenta, cenoura em conserva, daikon (parecido com nosso nabo), pepino, coentro e carne, tudo em doses generosas. Endereço: 73 Mulberry Street, aberto das 11h às 22h30.
O Banh Mi Saigon Bakery é um lugar sem frescura que prepara um delicioso báhn mi (leia a descrição do prato acima) e opções com carne de porco na brasa. Um dos poucos lugares em Chinatown onde consegue-se almoçar com, no máximo, US$ 6. Endereço: 198 Grand Chanel, aberto das 8h às 18h.
O Great Net York Noodle Town é praticamente uma instituição em Chinatown, com clássicos como: sopa de macarrão com pato ou porco assado, chow fun de carne, mai fun muito picante (aletria de arroz), macarrão cantonês com ovos e camarões, o lo mein (macarrão de farinha de trigo) à moda do Cantão, com gengibre e cebola. Preços muitos convidativos também. Endereço: 29 Bowery Street, aberto das 9h às 4h do dia seguinte.
O Golden Steamer possui um apreciado bao, o pão feito no vapor, recheados com carne de porco assada ou com embutidos chineses, ovos, abóbora e costela, o favorito. Aposte numa ótima sobremesa, a torta de creme de ovos. Endereço: 143a Mott St, aberto das 7 às 19h30.
O Nice Green Bo passa despercebido, mas o destaque é o xiao long bao, bolinhos servidos fumegantes com fartas porções de macarrão e panquecas de cebolinhas. Endereço: 66 Bayard St., aberto das 11h às 23h.
O Nyonya é um restaurante de comida malaia e faz alimentos misturando notas doces, amargas e apimentadas, como o kangkung, que é um espinafre salteado com pasta de camarão picante. O filé raandang é feiro de curry picante e o refrescante rojak, uma salada de frutas preparadas com molho de tamarino. Endereço: 199 Grand, abre às 11h.
Sorveteria
A Original Chinatown Ice Cream Factory é uma das melhores sorveterias de Nova York, com sabores diferenciados como chá-verde, gengibre, lichia, creme de amendoim com gergelim dourado. Endereço: 65 Bayard Street, aberto das 11h às 22h, A casquinha custa US$ 4,00.
Como chegar em Chinatown:
O jeito fácil para chegar na Chinatown é através do metrô. Escolha entre as linhas 6, R, N, Q, J ou Z. Todas elas levam você até a estação Canal Street. Se preferir, você pode pegar também pegar as linhas A, C e E e descer também na Canal Street (6th Street).
Também pode pegar a linha laranja e descer em Grand Sreet, excelente para quem vêm do Brooklyn, Queens e Upper West Side.